Coordenadoria Técnica
Modalidade: Linha vara e isca viva
Os primeiros barcos adaptados para realizarem a pesca de linha e vara com isca-viva surgiram no Brasil em 1979 após pescadores emigrados de Cabo Verde terem introduzido esse método de pesca no País. Cerca de sete embarcações realizaram modificações como a retirada das estruturas originais, a instalação de tanques para a isca-viva e dos sistemas de bombas para a renovação da água, os esguichos laterais e as canaletas para condução dos peixes para o porão. Nesta modalidade de pesca, a isca é capturada através do cerco com auxílio da panga. Quando o cardume é avistado, o barco aproxima-se e inicia o engodo, que consiste no lançamento de pequenas quantidades de isca retiradas dos tanques de popa, ao mesmo tempo em que esguichos de água também são lançados sobre o cardume. À borda do barco, vários pescadores munidos de vara com linha e anzol, as lançam em cima do cardume e em seguida, puxam-nas para bordo. Esses anzóis não possuem farpas, facilitando assim o escape do peixe quando cai no convés da embarcação. A principal espécie de isca-viva utilizada é a sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis) e a principal espécie capturada é o bonito-listrado (Katsuwonus pelamis). Essa modalidade de pesca é considerada sustentável por capturar um número muito baixo de fauna acompanhante, por não causar impactos significantes no ambiente marinho e pelas capturas do bonito-listrado estarem dentro dos limites máximos de captura sugeridos pela Comissão Internacional para a Conservação do Atum do Atlântico – ICCAT, Organização Regional de Ordenamento Pesqueiro responsável pela gestão dos atuns e afins no Oceano Atlântico. Hoje existem cerca de 35 embarcações dessa modalidade nas regiões Sudeste e Sul do Brasil que capturaram nos últimos anos uma média de 5 mil toneladas de bonito-listrado.