Coordenadoria Técnica
Modalidade: Emalhe
A modalidade de pesca de emalhe, que consiste num método passivo de pesca, é uma das atividades pesqueiras mais simples desenvolvidas e seus primeiros registros nas regiões Sudeste e Sul do Brasil são da década de 1970. As redes utilizadas nessa modalidade prendem os peixes pela cabeça, fendas branquiais ou nadadeiras e são formadas por um conjunto de panos retangulares unidos entre si, com comprimento, altura e tamanho de malha e coeficiente de emalhe de acordo com a espécie-alvo a ser capturada, definidos por normativas específicas, sendo mantidas em posição vertical por meio de flutuadores na tralha superior e lastros na tralha inferior. O recolhimento das redes é feito com o auxílio de um guincho hidráulico. Existem três tipos de rede de emalhar: de superfície, onde a rede não é fundeada e fica à deriva da embarcação, e de fundo ou de meia água, onde a rede fica fundeada e sinalizada por bóias durante a operação de pesca. A pescaria de rede de emalhe ocorre em toda costa brasileira, sendo realizada tanto por embarcações artesanais quanto industriais, essas últimas com autonomia para permanecer até 30 dias no mar. Em Santa Catarina existiam mais de 100 embarcações operando nessa modalidade entre os anos de 1993 a 1997. As redes utilizavam tamanhos de malha (entre nós opostos esticada) de 12 a 40 cm, altura entre 4,4 e 27 m, comprimentos totais entre 1.130 e 7.560 m e coeficientes de emalhe entre 0,2 e 0,8. No início da década de 2000 as principais espécies capturadas pelo emalhe de superfície eram espécies de cações e pelo emalhe de fundo eram a corvina (Micropogonias furnieri) e o peixe-sapo (Lophius gastrophysus), essa última capturada principalmente por barcos arrendados que operavam na região. A frota catarinense de emalhe de superfície passou de 21 em 2007 para apenas 5 em 2008, possivelmente refletindo o estabelecimento da Instrução Normativa IBAMA nº 166, de 18 de julho de 2007, que limitou não só a concessão de novas permissões para embarcações de emalhe de superfície como também estabelece prazo limite de dois anos para barcos já permissionados migrarem para algum outro tipo de modalidade de pesca. Nos anos seguintes não foram mais registrados desembarques para a frota industrial de emalhe de superfície em Santa Catarina, já para o emalhe de fundo, em 2012, operavam no Estado mais de 150 embarcações que totalizaram mais de 20 mil toneladas de captura, composta principalmente de corvina.