Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região

Notícias

Campanhas de consumo de pescado em RS e Goiás; mexilhão em SC; 1ª Reserva de Fauna do Brasil, na ba

Brasil e Argentina unem forças na pesca

 

     O Brasil e a Argentina farão nova ofensiva na Organização Mundial do Comércio (OMC), na próxima semana, pelo direito de dar subsídios para montar frota nacional de barcos e desenvolver o setor pesqueiro. Numa ação política pouco habitual, Brasília e Buenos Aires reuniram suas respectivas propostas numa só, definindo os termos de "tratamento especial e diferenciado" num futuro acordo global estabelecendo regras para o setor.

     Com isso, o Brasil procura preservar o Profrota, que prevê R$ 1,5 bilhão até 2009 para financiar aquisição, construção, compra de equipamentos e adaptação de embarcações. O país quer formar uma frota pesqueira oceÂnica, com embarcações para atuar na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e em águas internacionais, que compreende a faixa que se estende das doze às duzentas milhas marítimas. É onde são capturados atuns, caranguejo de profundidade e outras espécies de maior valor comercial.

     Até agora, o Profrota financiou cinco embarcações, valendo R$ 18,5 milhões. Outros 38 projetos estão em andamento no valor de R$ 168 milhões. Com isso, os aluguéis de barcos estrangeiros vão diminuir.

     Os espanhóis, que têm excesso de embarcações, tentam atrair governos do Nordeste com outro negócio. Prometem milhões de dólares de investimentos em troca de criação de portos internacionais, onde seus próprios barcos beneficiariam o peixe e exportariam, reduzindo os custos de levar o produto até os portos espanhóis. Só que a decisão para esse tipo de porto é federal, e o governo rejeita a demanda espanhola por estimar que desestimularia a indústria pesqueira nacional.

     A negociação na OMC definirá as condições do setor de pesca no futuro. Atualmente, o Acordo de Subsídios e Medidas Compensatórias (ASMC) não cobre as ajudas ao setor. Até agora, as regras da entidade visaram regular bens produzidos em determinado país. Assim, para constatar a existência de um subsídio, a entidade avalia os benefícios dados a uma empresa que causam distorções de comércio com outro país.

     O caso da pesca é diferente. Quando um país dá subsídios ao setor, não cria distorção de comércio em terceiro país por ter beneficiado um produto nacional. O problema aí é a distorção no acesso a um recurso que é compartilhado. O pescado é um recurso comum que somente passa a ser considerado originário de um país quando é capturado.

     

Secretaria Especial de Aqüicultura

Associação Gaúcha de Supermercados Notícias

21/09 15:09

Campanha incentiva consumo de peixe

 

     Inicia-se neste sábado (22) a 4ª Semana do Peixe, promovida pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap-RS) e Associação Gaúcha de Supermercados, apoiados pelos pescadores e comerciantes. A campanha incentivará o consumo de peixe no Estado, proporcionando descontos de até 20% nos preços do produto e distribuindo folhetos com informações e dicas de receitas. A iniciativa do governo federal através da Seap conta com a parceria da Associação Brasileira de Supermercados. O brasileiro consome apenas sete quilos de peixe por habitante ao ano em média, menos do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde, 12 kg.

 

Secretaria Especial de Aqüicultura

Portal Correio da Paraíba Últimas

21/09 13:22

Tilápia 40% mais barata na Semana do Peixe

 

     Visando incentivar o consumo regular de pescado, a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP-PB) promove entre os dias 24 e 30 de setembro a quarta Semana Nacional do Peixe.

      Esta é a seqüência de outras três bem sucedidas experiências realizadas em parceria entre a SEAP-PB e a Associação Brasileira de Supermercadistas. Para esta edição, serão disponibilizados aquários com tilápias vivas para serem comercializadas em feiras e mercados. Estes peixes são do Projeto Tilápias, que já está produzindo 1.200 toneladas por ano, com a meta 2.000 toneladas para este ano.

      O objetivo deste projeto é oferecer aos consumidores a oportunidade de comprar o produto com aproximadamente 40% de desconto, além de escolher o peixe ainda vivo para acomprar o peixe, que será tratado na hora. A tilápia será vendida a R$ 5,50, o quilo.

      Os aquários com o pescado em promoção podem ser encontrados nos seguintes mercados: Rede Menor Preço, Rede Bem Mais e Superbox Brasil, tanto em João Pessoa quanto em Campina Grande, além de outras cidades do estado. Além disso, stands serão disponibilizados em feiras livres como o Mercado de Mangabeira e Valentina.

      Números - O consumo de peixe no Brasil ainda está abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde. São apenas 6,8 quilos por habitante ao ano, quando o ideal seria 12 quilos/hab/ano. A média mundial gira em torno de 16 quilos/hab/ano.

      Uma realidade que contrasta com o grande potencial do País para a produção do pescado: 5 milhões de hectares de lÂmina de água em reservatórios, 8,5 mil quilômetros de costa. 500 mil pescadores artesanais.

      Eliseu Lins

 

 

Secretaria Especial de Aquicultura

Goiás Agora Últimas

21/09 13:21

Semana do Peixe será lançada hoje

 

      A Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência e a Associação Brasileira de Supermercados realizam, até o próximo dia 30, a 4ª Semana Nacional do Peixe. O evento quer consolidar a política pública de comercialização de pescado, construída pelo governo federal, com apoio da Secretaria da Agricultura, que desenvolve e executa o programa Pró-Peixe. O lançamento da atividade está marcado para hoje, às 17 horas, no espaço de eventos do Buriti Shopping.

      O Pró-Peixe vai contar com mini-palestras em GoiÂnia e no interior, tratando da importÂncia do peixe para a nutrição humana. Equipes de divulgação em supermercados, rodoviária, aeroporto e shoppings, e distribuição de material publicitário em feiras livres, escolas, supermercados, bares e restaurantes, são algumas das medidas encontradas para alcançar a população.

 

 

pesca

Ambiente Brasil

21/09 06:41

Ibama e Instituto Chico Mendes realizam consulta pública para a criação da 1a Reserva de Fauna do País

 

     O Ibama e o ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, autarquia criada pela Lei 11.516/07 para gerir as Unidades de Conservação Federais, promovem no dia 2 de outubro Consulta Pública em São Francisco do Sul, Santa Catarina, para discutir com a sociedade a criação da primeira Reserva de Fauna do Brasil, na baía da Babitonga. A Consulta ocorrerá às 19 horas, no Cine Teatro X de Novembro, na Rua Hercílio Luz, no 50 (Centro Histórico). Entre 2006 e 2007 foram realizadas sete consultas públicas nos municípios do entorno da baía onde a proposta foi amplamente debatida pela população local. Nesta o Instituto Chico Mendes e o Ibama aproveitam a oportunidade para ampliar a discussão com a sociedade destacando os benefícios da criação desta UC ao importante estuário e às pessoas que dependem dos seus recursos naturais preservados. Com a criação, garante-se a sintonia das atividades produtivas da região com a conservação da natureza e das espécies da fauna existentes na Reserva. Atualmente, mais de 2 mil famílias de pescadores artesanais fazem uso dos recursos naturais da Reserva, como meio de subsistência. Maricultores cultivam mexilhões e ostras nas águas da baía, o turismo é uma atividade em expansão na região, além da Babitonga se destacar como uma importante área portuária do Estado.

 

pesca

Página 20 Capa

21/09 04:47

Altemir Gregolim promete apoio a pescadores do Acre

 

      Brasília - Possivelmente em outubro próximo, pescadores do Acre vão receber a visita do secretário especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República, Altemir Gregolim. Durante reunião com a bancada federal acreana, ontem à tarde, na CÂmara dos Deputados, ele se comprometeu a conhecer de perto a situação das cerca de 5 mil famílias que vivem exclusivamente dessa atividade. Gregolim participará de um encontro da classe, em Rio Branco.

      Não se falou em cifras na reunião. O deputado Fernando Melo (PT-AC) sugeriu que a bancada elabore um projeto ``com começo, meio e fim´´, para contemplar a limpeza as águas; a instalação de uma fábrica de ração; subsídio à compra de combustíveis; a adequação de barcos às condições de navegabilidade regional; e a instalação de laboratórios.

      Entreposto O ministro pediu aos deputados que elaborem emenda de bancada para garantir os recursos necessários ao setor. Segundo Gregolim, assim será possível a instalação de um entreposto pesqueiro para que as colônias possam estocar e comercializar a produção. ``A Bahia e o Pará receberam a visita de técnicos e o resultado dessa infra-estrutura foi bom´´, ele acenou.

      A classe reivindica a limpeza dos lagos e rios, permitindo que a retirada do excesso de vegetação aquática melhore as condições e pesca. ``Cada mutirão de limpeza vai melhorar a situação de 20 a 30 famílias´´, disse ao ministro o presidente da Federação dos Pescadores do Estado do Acre, Antônio Messias de Souza. Além dessa medida, a entidade que congrega 14 colônias vem denunciando a predação de recursos naturais no estado.

      O rio é a estrada Messias disse a Gregolim que poucos pescadores possuem um lote de terra. ``Na realidade, ministro, o pescador vive atualmente na linha baixa de pobreza´´. Queixou-se do ``distanciamento existente entre os pescadores e os órgãos federais´´. E elogiou a iniciativa do encontro: ``Enfim, somos ouvidos´´.

     

legislação

Expresso d Oeste Índice Geral

21/09 02:56

Agricultores e parlamentares se unem em busca da regulamentação da lei ambiental

 

     CHAPECÓ - O auditório da Epagri esteve lotado de produtores rurais e autoridades das três esferas dos poderes públicos para debater a aplicação da legislação ambiental nas pequenas propriedades, consoantes às questões ambientais e do desenvolvimento sustentável.

      A audiência pública, que aconteceu na manhã desta segunda-feira (17), foi proposta pelo deputado Herneus de Nadal (PMDB) às Comissões de Agricultura e Política Rural e de Turismo e Meio Ambiente, presididas pelos deputados Moacir Solpesa (PMDB) e Décio Góes (PT), respectivamente.

      Um estudo produzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) apresentou como propostas a discussão e a readequação do Código Florestal para Santa Catarina segundo as peculiaridades regionais; transformação das atividades instaladas na área rural e pesqueira em áreas consolidadas, a exemplo do que corre nos centros urbanos amparadas pela Resolução Conama 302/2002; e a avaliação da proposta de Código a ser apresentada pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma). Estes também foram os encaminhamentos da reunião.

 

Secretaria Especial de Aquicultura

Valor Econômico Restrito Vanessa Jurgenfeld

21/09 02:25

Maré vermelha afeta a coleta de mexilhões em SC

 

     Pesquisadores de Santa Catarina estão intrigados com o fenômeno maré vermelha, que está impedindo coleta e venda de mexilhões, popularmente chamados de mariscos, em parte do Estado. Embora constatada em outros anos, a maré vermelha vem se prolongando por tempo demais em 2007, deixando regiões de produção como a de Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis, já há dois meses embargada.

     A maré vermelha é o nome dado à alta concentração de algas nocivas na água. Essas algas estão no seu ambiente natural e são trazidas por correntes marítimas, e é o aumento da concentração delas que pode deixar ostras e mexilhões, moluscos conhecidos por filtrar a água, impróprios para o consumo por poderem provocar dor de cabeça, vômito e diarréia.

     Neste ano, as algas apareceram no verão e no inverno. Até então, o mais comum era apenas no verão. "Este ano essas algas foram constatadas em larga escala", afirma o pesquisador da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Luís Proença. Com isso, grande parte do litoral norte catarinense está embargada. Proença diz que o cultivo vive uma fase atípica. Em geral, os problemas derivados da maré vermelha duravam dias, não meses. Entre as hipóteses que estão sendo levantadas para entender a situação estão alterações nas correntes oceÂnicas causadas por fenômenos climáticos como o La Niña.

     Gilberto Manzoni, também pesquisador da Univali, acredita que têm relação com a maior incidência de algas as chuvas intensas e o aumento da temperatura da água. O esgoto jogado na água também contribui, acrescenta Proença. Nesta semana, cinco regiões estavam fechadas para a venda de mexilhões: São Francisco do Sul, Penha, Governador Celso Ramos, Porto Belo e Balneário Camboriú. Não havia restrições para as ostras, que, de acordo com os pesquisadores, têm mostrado mais resistência às algas vermelhas.

     Santa Catarina responde por cerca de 90% da produção nacional de moluscos, com 14 mil toneladas de ostras, mexilhões e vieiras produzidas em 2006. Os pesquisadores, embora intrigados com a insistência do fenômeno, destacam que as intervenções no cultivo são importantes para a segurança alimentar e para a qualificação da produção. Com o monitoramento, seguem regras internacionais de controle microbiológico, realizando as mesmas medidas preventivas que outros países produtores como Espanha e Chile.

     O monitoramento da concentração das algas teve início nos anos 90 pela Univali em Santa Catarina, mas foi em 2006, que em parceria com o governo estadual por meio da Epagri (empresa de pesquisa) e do governo federal, através da Secretaria de Aqüicultura e Pesca (Seap), que ele passou a ser mais freqüente. O programa só está presente em Santa Catarina, embora exista produção, menor, em Estados como São Paulo. Também foi criado um comitê gestor, composto pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap) e pelos ministérios da Agricultura e da Saúde para coordenar a fiscalização e os fechamentos e as reaberturas das áreas expostas ao fenômeno.

     Felipe Suplicy, coordenador de maricultura da Seap, diz que desconhece relatos de maré vermelha tão prolongada em outros anos na região e que o fenômeno preocupa sobretudo porque "a maior parte do cultivo é feita por pequenos produtores, que estão desesperados". Ainda não é possível definir as causas do problema. O monitoramento está sendo feito em 36 áreas do Estado.

     Em geral, os produtores não são contra o novo sistema de controle da comercialização. Mas o fechamento tem afetado a renda. Em Governador Celso Ramos, o secretário de Pesca e Agricultura, Edair da Silva, recebe diariamente telefonemas de produtores preocupados, porque normalmente este é um bom momento para a comercialização, já que o mexilhão apresenta bom peso. Sérgio Leandro Maes, presidente da associação de maricultores do município, diz que parte dos 130 produtores está tentando a pesca de camarão, mas que muitos não têm embarcação apropriadas para isso.

 

pesca

Correio da Tarde RN Capa

20/09 22:01

Pesca OceÂnica do RN interessa espanhóis

 

     Além dessa sinalização, o Estado ainda recebeu elogios do secretário especial de Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin, durante o maior evento do setor pesqueiro na América Latina. O Rio Grande do Norte está sendo um dos principais destaques do evento e não é a toa. Os principais produtores potiguares de camarão, tilápia e pescados do Estado e a equipe técnica do governo foram em peso. Segundo Ricardo Valério, coordenador de Eventos e Comunicação da Secretaria Estadual da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape), o stand de 60 metros quadrados possibilitou rodadas de negócios no local e apresentou bem ao público as potencialidades do Estado. O Governo do Estado investiu cerca de R$ 100 mil na instalação desse estande com intuito de continuar contribuindo para o crescimento do setor de pesca e aqüicultura, dentro da política de atração de investidores favorecida pela Agenda de Crescimento. Esta é a primeira vez que o Rio Grande do Norte participa da Seafood, montando uma estrutura que possibilitou aos empresários do setor não apenas oferecerem seus produtos para degustação como, também, se reunirem com interessados na compra do produto, uma vez que houve uma estrutura específica para a realização de rodadas de negócios. Para tanto, foram ressaltados aspectos como o de que o Rio Grande do Norte é o maior produtor de camarão do Brasil respondendo por mais de 40% de toda a produção nacional do tipo vannamei (camarão cinza) e responde, também, por mais de 30% de toda a pesca de atum e afins do país. Terminal pesqueiro promete melhorar a atividade O sub-secretário estadual de Pesca e Aqüicultura, Antônio Alberto Cortez observou que o interesse do Governo do Estado ao promover a Agenda do Crescimento é exatamente investir no sentido de apoiar a atividade, sobretudo, na construção de uma infra-estrutura que permita melhores condições de trabalho como, por exemplo, a "construção de um terminal pesqueiro mais amplo possibilitando um posicionamento dos barcos adequado" que está sendo licitado e terá suas obras iniciadas em breve, em parceria com o governo federal. Ele ressaltou, ainda, a implantação do Centro de Tecnologia da Aqüicultura.

 

 

pescado

Alimento Seguro

20/09 19:42

Quando a ostra deixa de ser iguaria e passa a vilã da alimentação

 

     Alimento Seguro (20/09/2007) -- Qual a probabilidade de se comer uma porção de ostra crua e passar mal? Uma em 2.100, se ela vier de Cananéia, no litoral Sul de São Paulo, como mostra uma pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP. O estudo Avaliação quantitativa do risco de doença, causada por Vibrio parahaemolyticus, associado ao consumo de ostras (Crassostrea brasiliana) cruas cultivadas e comercializadas no Estado de São Paulo, realizado pelo engenheiro de alimentos Paulo de Souza Costa Sobrinho, traz dados sobre o alimento e a presença de uma bactéria em especial, Vibrio parahaemolyticus (Vp). A tese de doutorado de Costa Sobrinho foi defendida no início de agosto, sob a orientação da professora Mariza Landgraf.

      "O Vibrio parahaemolyticus (Vp) é um microorganismo natural do ambiente marinho e o maior causador da gastrenterite de origem bacteriana associada a pescados", comenta o pesquisador, referindo-se à doença que causa dores abdominais, diarréias, náuseas, dores de cabeça, febre e calafrios. "São raros os casos em que há infecção generalizada", complementa. Vp é comum em regiões de estuários, por isso pode estar presente em qualquer tipo de pescado. Ao ingerir a ostra em estado cru, a possibilidade de contrair a doença aumenta, principalmente se levarmos em conta que ela filtra a água em que vive para se alimentar, alojando o microorganismo.

      Costa Sobrinho acompanhou a produção de duas empresas de Cananéia que comercializam o produto, desde o cultivo até a entrega em restaurantes ou no varejo. Depois de retirado da água, o molusco passa por um processo de depuração, ou limpeza. As ostras são imersas em águas tratadas com ozônio ou luz ultravioleta, e como se alimentam por filtração -- de partículas em suspensão na água --, essa água filtra as impurezas, incluindo os microorganismos de sua carne, como uma esponja cheia de sabão sob uma torneira ligada.

      Acontece que este processo, da forma como é feito pela indústria, não é eficiente para reduzir ou eliminar as bactérias naturais da ostra (ou autóctones). Apenas os microorganismos exógenos, como coliformes, Salmonella, Escherichia coli ou o vírus da hepatite A são eliminados. Isso quer dizer que estes agentes só poderão causar doenças aos apreciadores de ostras se as mesmas não forem tratadas conforme as exigências do Ministério da Agricultura e da VigilÂncia Sanitária.

      Nem todos os Vp fazem mal ao homem. O pesquisador isolou 2.243 bactérias, mas somente em uma detectou fatores que poderiam levar à gastrenterite. "Uma ostra pode ter uma ou nenhuma bactéria Vp patogênica", afirma Costa Sobrinho, que trabalhou com 123 amostras na etapa de cultivo, cada uma com 12 unidades do molusco. A presença do Vibrio parahaemolyticus patogênico também pode variar, dependendo da região do cultivo e da estação do ano. "Nos Estados Unidos, por exemplo, a presença varia de 0,2% a 3% do total de bactérias VP detectadas em ostras.

      O vilão é o transporte -- O problema, no entanto, não são as bactérias presentes no cultivo das ostras, mas as que surgem depois: a temperatura em que são conservadas propiciam sua reprodução. No cultivo, a quantidade de Vp por grama do alimento é, em média, de 1.000 indivíduos. No consumo, pode chegar a 1 milhão por grama que equivale a uma infecção a cada 2.100 porções, em média. E, caso a população de Vp atinja 10 milhões de bactérias por grama de ostra, o risco ao longo do ano é de 1 a cada 400 porções.

      "O controle da temperatura durante o transporte, na estocagem e no local de consumo é fundamental para reduzir os riscos e não permitir que as bactérias nativas se multipliquem", conclui. A dica do pesquisador é comprar ostras com certificação e que estejam refrigeradas na hora do consumo, em geladeira ou sobre cama de gelo. Jamais em temperatura ambiente: a bactéria tem tempo de geração de 10 minutos em 37oC, ou seja, o tempo necessário para ela se multiplicar em duas.

      O diferencial da tese, segundo o autor, foi trabalhar com a avaliação de risco, que envolve uma metodologia complexa e que demanda conhecimento científico sobre a bactéria ao longo de toda a cadeia produtiva do alimento e também dados epidemiológicos que validem os resultados obtidos. Paulo criou um modelo dinÂmico que identifica fatores e simula cenários para avaliar o comportamento do Vp como um perigo microbiológico, desde o cultivo da ostra até o seu consumo.

      A escolha do microorganismo associado ao molusco veio de uma carência de estudos, indicada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), sobre a incidência e a população do Vp em pescado e a necessidade de obtenção desses dados em escala mundial. Segundo Costa Sobrinho, seu trabalho "permite uma avaliação sistemática de estratégias para minimizar o impacto na saúde pública, não somente de V. parahaemolyticus, mas de vários outros microorganismos patogênicos presentes na ostra, principalmente as outras espécies do gênero Vibrio, como Vibrio cholerae e Vibrio vulnificus", finaliza.

      SERVIÇO: Mais informações: psobrinho@hotmail.com , com Paulo de Souza Costa Sobrinho, ou professora Mariza Landgraf, (XX11) 3091-2191.

      fonte: Laura Lopes, especial para a Agência USP de Notícias