Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região

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Resposta oficial do SINDIPI às acusações irresponsáveis sobre as mortes de animais marinhos em Santa

Resposta oficial do SINDIPI às acusações irresponsáveis sobre as mortes de animais marinhos em Santa Catarina


 

Nas últimas semanas, a imprensa da região de Itajaí tem publicado matérias a respeito da grande ocorrência de encalhes de animais marinhos mortos no litoral centro-norte de Santa Catarina. A fonte destas matérias tem sido sempre o Museu Oceanográfico da Univali, através de seu curador Jules Soto, que vem apontando a pesca como principal responsável pela morte dos animais. De fato, a quantidade de animais mortos é impressionante. Pelas informações divulgadas pela imprensa e pela própria assessoria de imprensa da Univali, os encalhes de animais se concentram em uma pequena faixa do litoral de Santa Catarina e de 31 casos passou para 108 casos em apenas uma semana. Mas, ao contrário do que afirma o curador do Museu Oceanográfico da Univali, a pesca de emalhe não deve ser apontada como a “principal suspeita”. A frota industrial desta modalidade de pesca encontra-se operando na costa do Rio Grande do Sul, como sempre faz no último trimestre de cada ano. Por outro lado, a pesca artesanal na região continua sendo praticada da mesma forma tradicional de sempre, ou seja, não poderia ser a responsável por tantas mortes de animais em tão pouco tempo, de uma hora para outra.

Colocar a atividade pesqueira como vilã da depredação ambiental é um discurso fácil, mas que traz efeitos irreparáveis na imagem pública de todo o setor pesqueiro. É lamentável que estas acusações partam de uma universidade conhecida internacionalmente pela excelência no campo da pesquisa pesqueira, estando localizada justamente no maior porto pesqueiro do País, e que dispõe de informações que poderiam esclarecer o nível de interferência da pesca sobre as populações de tartarugas e mamíferos marinhos. O próprio Sindipi tem apoiado a Univali na realização de pesquisas conduzidas pelo seu Centro de Ciências da Terra e do Mar – CTTMar. Somente na pesca de emalhe, o Sindipi viabilizou o embarque de pesquisadores em 34 barcos de pesca com redes de emalhar entre 2008 e 2010, quando foram registradas as capturas de quase 700 lances de pesca. O setor pesqueiro industrial apóia este tipo de pesquisa para melhor subsidiar as normatizações da pesca em dados reais. Havendo ameaças comprovadas ao meio ambiente, se buscará alternativas para minimizar os efeitos danosos identificados.

Se for para apontar culpados, por que não considerar efeitos do derramamento de petróleo da perfuração da Chevron na Bacia de Campos, cuja mancha se estendeu por centenas de quilômetros em direção a Santa Catarina, ou pela ingestão de plásticos e outros detritos não biodegradáveis, ou por causas naturais, como as marés vermelhas? A ciência deve se pautar por fatos concretos e comprováveis. Portanto, o Sindipi espera que a Univali tome as providências necessárias para apurar cientificamente as causas das mortes dos animais marinhos encalhados nas praias. Afirmações públicas atribuindo as mortes a esta ou aquela causa, sem a conclusão dos devidos estudos, são de extrema irresponsabilidade, que buscam tão somente a fugaz notoriedade nas manchetes dos jornais.

 

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