Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região

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Primeiro lanço de tainha na Pinheira/SC rende quase oito toneladas

Primeiro lanço de tainha na Pinheira/SC rende quase oito toneladas

 

 

 

O primeiro lanço de tainha de Palhoça aconteceu na manhã de segunda-feira, 07, na praia da Cima na Pinheira. Três embarcações fizeram o cerco e cerca de 120 pessoas ajudaram a puxar a rede, trazendo para a praia mais de oito mil quilos de tainha. A quantidade de peixe formou grandes montes na areia da praia. Os pescadores dividiram uma parte entre eles e repassaram a maior quantidade para donos de peixaria. Para os donos das canoas que fizeram o cerco, o volume de tainha vendido para os comerciantes rendeu mais de R$ 1 mil para cada um.

 

O pescador Orlando Nunes, 39 anos, o popular Zé do Tandé, conta que em cada canoa ficam seis pessoas que ajudam a cercar o cardume. Em seguida esses pescadores comandam a retirada da rede do mar, trazendo para a praia o cardume capturado. Segundo ele, foram arrastadas quase cinco mil tainhas, pesando de sete a oito mil quilos.

 

Foram mais de cem pequenos montes de peixes que se estendem pela faixa de areia da praia. A alegria dos pescadores fica estampada no rosto de cada um que ajuda a fazer a contagem. Enquanto alguns fazem anotações para ninguém ficar no prejuízo, outros distribuem os peixes, fazendo os volumes aumentarem visivelmente em partes iguais. A quantidade de peixes chama atenção da comunidade que vem assistir o espetáculo e garantir a compra de um dos alimentos mais presentes na gastronomia litorÂnea.

 

A dona de casa Maria Rogéria mora na comunidade e sempre que fica sabendo do cerco de tainha vai à praia para assistir a retirada do peixe da água e comprar uma tainha fresca. ``É um verdadeiro espetáculo, que agrada aos olhos de todos e ainda rende um peixe fresco e saboroso´´, afirma. O aposentado Antonio Agnel, 73 anos, apesar dos comentários de que a tainha estava demorando para chegar, tinha certeza de que os cercos renderiam grandes quantidades. ``Ano passado a tainha veio mais cedo, e este ano demorou, mas chegou´´, comenta. O aposentado aproveita para comprar o peixe ali mesmo na praia. ``Aqui tenho a certeza absoluta que o peixe é fresco, pois ainda compro vivo´´, afirma.

 

Este ano o peixe chegou quase um mês depois de aberta a temporada de pesca da tainha, mas não é culpa só do tempo. Pelo menos é o que afirma o pescador Denir de Matos, 55 anos. Ele é um dos proprietários de uma canoa que ajudou a cercar o primeiro cardume de tainha que chegou na Pinheira. Na experiência dele, que acumula mais de 42 anos de pesca, o demora do peixe este ano se deve ao acúmulo de vários fatores. ``Falta de vento sul norte, além da maresia diferenciada e muito vento norte´´, afirma o pescador. Denir tem esperança de capturar grande quantidade de tainha para que o preço seja acessível a todos.

 

A maior parte do peixe capturado é vendida para donos de peixaria e negociantes, ali mesmo na praia. Depois da divisão das tainhas, os comerciantes acabam fazendo um pequeno leilão para comprar o peixe. Como este ano o volume de tainha ainda é menor, se comparado ao ano passado, o preço na peixaria ainda está salgado como a água do mar para a maioria da população assalariada.

 

Mas isso não significa que os pescadores recebem um pouco a mais na venda na beira-mar. A tainha capturada e vendida na praia rende aos pescadores pouco mais de três reais o quilo. Já nas peixarias os peixes são vendidos separadamente. Os que têm ova chegam a custar, em alguns locais, mais de R$ 10 o quilo. Já a tainha sem ova é vendida em média a R$ 5 o quilo.

Fonte:Palavra Palhocense