Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região

Coordenadoria Técnica

Artigo: Portos estrangeiros no Brasil acendem alerta para setor pesqueiro

Por Luiz Carlos Matsuda

Parece que há um movimento orquestrado para viabilizar portos estrangeiros no Brasil. No início do ano circularam informações de que uma empresa chinesa pretendia investir mais de 30 milhões de dólares para criação de um polo pesqueiro na cidade de Rio Grande (RS). Agora, é a vez da Espanha demonstrar interesse para instalação de terminais pesqueiros destinados às suas embarcações, um em Santa Catarina e outro na região Norte/Nordeste.

Sabemos que o Oceano Atlântico Sudoeste abriga uma infinidade de recursos pesqueiros. O Brasil possui mais de 8.500km de costa banhada por ele, o que gera cobiça de nações desenvolvidas que já devastaram seus recursos pesqueiros e que agora buscam atores políticos para viabilizar sua exploração por aqui.

Essas frotas estrangeiras, que se aproximam cada vez mais, possuem alta eficiência de pesca e tecnologia de ponta. Migram de canto em canto ao redor do mundo dizimando recursos pesqueiros que encontram pela frente. O Brasil, por enquanto, segue como uma das últimas fronteiras a ser “conquistada” por elas. Se facilitarmos a logística dessas embarcações estrangeiras em território nacional prejudicaremos nossa pesca oceânica que é composta, em sua maioria, por embarcações das modalidades de vara e isca-viva, long-line, cardume-associado, e voltadas principalmente para atuns e afins.

Essa ameaça, portanto, não é só contra a biodiversidade marinha da região, mas também contra empresários brasileiros da pesca. E diferente das campanhas midiáticas criadas contra o setor pesqueiro nacional, não vemos nenhuma notícia repudiando a intenção de permitir embarcações estrangeiras depredarem nossos recursos. Esse mesmo silêncio vem de autoridades que deveriam defender a pesca no Brasil.

Então, ou o setor pesqueiro se posiciona firmemente contra qualquer suspeita de aproximação dessas embarcações estrangeiras, cobrando o mesmo posicionamento das autoridades competentes, ou teremos sérias ameaças à sustentabilidade ambiental e econômica na atividade de pesca.

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